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domingo, 21 de agosto de 2016

Medalha, medalha, medalha...

“Mutley, faça alguma coisa!” gritou o Dick Vigarista para o seu colaborador nas inúmeras trapaças, tentando a todo custo fazer fracassar os Jogos Olímpicos no Rio 2016. Mas o Mutley, já tomado pelo espirito olímpico, só pensava em uma coisa: “Medalha, medalha, medalha!!”.
Assim é o Brasil e seu povo, cheio de contradições, coloridos, alegrias, brigas, malandragens, gambiarras e soluções mágicas, fazendo uma Corrida Maluca em busca de dias melhores.
Temos sim, nossos monstros e musas, temos um pouco de cada canto do mundo em nossa genética, nossas cores, nosso cardápio, nossos amores, nossos rancores e alegrias. Temos um pedaço de cada canto encravado de norte a sul, temos buracos que cabem o mundo e um abraço que acolhe a tudo e a todos, para o bem e para o mal.
Somos passionais, viscerais, somos de briga e de ginga, somos os velhos sábios e os moleques matreiros em uma biodiversidade que separa e junta tudo de novo, que remexe, mexe, requebra, apimenta, refresca e se renova constantemente, na antropofagia que nos torna iguais e diferentes, com identidades mil.
Aqui nesta terra de contradições extremas, em se plantando tudo dá. E nas diferenças vamos nos reconstruindo, nas semelhanças vamos investindo, na esperança que cai atrapalhando o tráfego, mas se levanta sempre em uma construção que parece nunca ter fim.
Estamos abertos para obras, e reinventamos a cada ano a alegria de viver, no carnaval da vida que pede passagem, abre alas sem se preocupar com o protocolo, desculpando-se na simpatia que contagia, na alegria de viver intensamente em todos os momentos.
E assim, com tudo que temos, fizemos a festa olímpica. Superamos os obstáculos, inventamos outros obstáculos, projetamos o futuro e resgatamos o passado. Fizemos o combate na paz, a competição na superação pessoal e no desejo de ser o melhor do mundo. Provamos para todos que é possível fazer algo maravilhoso e simples, algo engajado e comovente. Trouxemos os deuses do Olimpo para dançar com os Orixás, com Tupã, com Jesus no Corcovado, porque nós temos a festa no sangue e na alma.
Por alguns dias trouxemos o mundo para a nossa casa, apresentamos o nosso melhor e o nosso pior, conquistamos amigos, conquistamos um lugar no coração dos que nos acolheram, e que acolhemos. E acima de tudo conquistamos o respeito que merecemos, ainda que muitas vezes nem mesmo o tenhamos por nós.
Se uma lição vai ficar, nesses Jogos Olímpicos do Brasil, é que seremos sempre brasileiros, até debaixo d’água, e nunca perderemos a nossa identidade plural, por mais que as coisas sejam difíceis, por mais que ninguém acredite que iremos conseguir. Porque o que nos faz sermos do jeito que somos é a certeza de que não desistiremos jamais de plantar, cultivar e colher a esperança e, um dia, isso fará toda a diferença por um Mundo Melhor.
Parabéns Brasil, pelos jogos em paz, pela festa e pela superação. Que os bons exemplos fiquem e inspirem as próximas gerações.


Danny Marks

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