“Mutley,
faça alguma coisa!” gritou o Dick Vigarista para o seu colaborador nas inúmeras
trapaças, tentando a todo custo fazer fracassar os Jogos Olímpicos no Rio 2016.
Mas o Mutley, já tomado pelo espirito olímpico, só pensava em uma coisa: “Medalha,
medalha, medalha!!”.
Assim
é o Brasil e seu povo, cheio de contradições, coloridos, alegrias, brigas,
malandragens, gambiarras e soluções mágicas, fazendo uma Corrida Maluca em
busca de dias melhores.
Temos
sim, nossos monstros e musas, temos um pouco de cada canto do mundo em nossa
genética, nossas cores, nosso cardápio, nossos amores, nossos rancores e
alegrias. Temos um pedaço de cada canto encravado de norte a sul, temos buracos
que cabem o mundo e um abraço que acolhe a tudo e a todos, para o bem e para o
mal.
Somos
passionais, viscerais, somos de briga e de ginga, somos os velhos sábios e os
moleques matreiros em uma biodiversidade que separa e junta tudo de novo, que
remexe, mexe, requebra, apimenta, refresca e se renova constantemente, na
antropofagia que nos torna iguais e diferentes, com identidades mil.
Aqui
nesta terra de contradições extremas, em se plantando tudo dá. E nas diferenças
vamos nos reconstruindo, nas semelhanças vamos investindo, na esperança que cai
atrapalhando o tráfego, mas se levanta sempre em uma construção que parece
nunca ter fim.
Estamos
abertos para obras, e reinventamos a cada ano a alegria de viver, no carnaval
da vida que pede passagem, abre alas sem se preocupar com o protocolo,
desculpando-se na simpatia que contagia, na alegria de viver intensamente em
todos os momentos.
E
assim, com tudo que temos, fizemos a festa olímpica. Superamos os obstáculos,
inventamos outros obstáculos, projetamos o futuro e resgatamos o passado.
Fizemos o combate na paz, a competição na superação pessoal e no desejo de ser
o melhor do mundo. Provamos para todos que é possível fazer algo maravilhoso e
simples, algo engajado e comovente. Trouxemos os deuses do Olimpo para dançar
com os Orixás, com Tupã, com Jesus no Corcovado, porque nós temos a festa no
sangue e na alma.
Por
alguns dias trouxemos o mundo para a nossa casa, apresentamos o nosso melhor e
o nosso pior, conquistamos amigos, conquistamos um lugar no coração dos que nos
acolheram, e que acolhemos. E acima de tudo conquistamos o respeito que
merecemos, ainda que muitas vezes nem mesmo o tenhamos por nós.
Se uma
lição vai ficar, nesses Jogos Olímpicos do Brasil, é que seremos sempre
brasileiros, até debaixo d’água, e nunca perderemos a nossa identidade plural,
por mais que as coisas sejam difíceis, por mais que ninguém acredite que iremos
conseguir. Porque o que nos faz sermos do jeito que somos é a certeza de que
não desistiremos jamais de plantar, cultivar e colher a esperança e, um dia, isso
fará toda a diferença por um Mundo Melhor.
Parabéns
Brasil, pelos jogos em paz, pela festa e pela superação. Que os bons exemplos
fiquem e inspirem as próximas gerações.
Danny
Marks
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